sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Empreender a vida em tempos de volatilidade

Claudia Costin
Claudia Costin
Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

É preciso garantir que todos entendam a ligação entre seus estudos e seus sonhos

Ao nos aproximarmos do fim do ano, as pessoas tendem a criar projetos para o período que se inicia. Buscar um novo emprego, aprender a tocar um instrumento e cuidar da saúde estão entre as ideias frequentes, infelizmente logo abandonadas.
Após os primeiros fracassos, somos rápidos em culpar “o outro” ou construir desculpas para a reduzida persistência, numa narrativa em que aparecem com força não apenas leniência com nossa falta de determinação como vitimismo. Afinal, se somos vítimas das circunstâncias, não podemos exigir muito de nós mesmos. 
Num mundo em que postos de trabalho, mesmo os de natureza intelectual, serão substituídos em ondas sucessivas por automação inteligência artificial, é fundamental aprender a empreender a própria vida.
Mesmo que esse processo seja só uma aceleração de tendências anteriores e da influência da tecnologia em reformatar o trabalho, como põe o “World Development Report” de 2019 do Banco Mundial, a preparação das pessoas para serem mais autônomas, em sua aprendizagem formal e informal, torna-se muito importante.
Afinal, será necessário adquirir novas competências, à medida que as máquinas “aprendam” a praticar novas tarefas, extinguindo não profissões, mas parte de seus componentes e, portanto, diminuindo a demanda por empregados. 
Sim, postos serão criados, mas certamente para outras pessoas ou formações —daí a importância de se antecipar aos movimentos do mundo do trabalho e saber se capacitar, recapacitar e mesmo se reinventar. 
Mas o mundo do trabalho não é apenas o mundo do emprego. O empreendedorismo adquire mais força com a chamada quarta revolução industrial, dada a maior agilidade de pequenas empresas na construção de soluções para problemas que demandam inovação tecnológica e a disponibilidade de pessoas capacitadas transitando entre empregos. 
Eric Ries, papa do movimento de startups enxutas, chega a propor em seu novo livro, “The Startup Way”, que empresas consolidadas e até mesmo organizações governamentais utilizem o empreendedorismo como veículo de modernização e mudança cultural, para navegar melhor nos novos tempos. 
O mais importante no processo é garantir que toda pessoa se capacite, desde muito jovem, para ser o protagonista de sua vida, aprendendo a aprender e entendendo a ligação entre seus estudos e seus sonhos.
Formar para a autonomia, tese defendida por pensadores da educação como John Dewey e Maria Montessori, ganha novo significado. Envolve ensinar jovens a preparar seu projeto de vida, como preconiza a Base Nacional Comum Curricular, e habilitá-los a serem empreendedores de si próprios.

Quem são os 'nem-nem'

Jovens que não trabalham nem estudam, eles não estão ociosos por opção, mas sim por despreparo

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo
A expressão “nem-nem” serve para classificar jovens que não trabalham nem estudam. Resultante das significativas mudanças no mercado de trabalho operadas nos últimos anos, esse contingente representa a parcela da população que expressa apatia justamente no momento em que deveria estar fazendo planos para o futuro. Num primeiro momento, associou-se esse comportamento a um certo desencanto da juventude de classe média com a educação formal, que seria inútil para melhorar suas possibilidades de encontrar o trabalho que combinasse seus ideais de vida com boa remuneração. A opção pelo ócio seria então uma resposta deliberada para essa perspectiva desanimadora. Mas uma pesquisa recente mostrou que no Brasil, bem como na América Latina em geral, a maioria absoluta dos “nem-nem” não está ociosa por opção, mas sim por despreparo, o que torna o problema muito mais complexo.
Estudo coordenado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e que no Brasil foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entrevistou 15 mil jovens entre 15 e 24 anos - que os pesquisadores chamaram de “millennials” - em nove países da América Latina e do Caribe. A ideia era ir além dos tradicionais levantamentos do gênero, que se limitavam a observar a renda e o nível educacional dos investigados, e procurar conhecer variáveis como a informação dos jovens a respeito do mercado de trabalho, além de suas habilidades cognitivas e socioemocionais. Com isso, emerge um quadro bem menos simplista a respeito do fenômeno dos “nem-nem”, ajudando a reduzir preconceitos sobre esses 20 milhões de jovens latino-americanos.
O estudo mostrou que 21% dos jovens pesquisados no continente não estudam nem trabalham. No Brasil, esse número chega a 23%, inferior somente a El Salvador (24%) e muito distante do Chile (14%), o país com menor índice. O levantamento constatou, contudo, que grande parte desses jovens não está ociosa. No Brasil, 36% deles estão procurando trabalho, 44% se dedicam a cuidados familiares e 79% desempenham tarefas domésticas. Apenas 12% não fazem nada disso. Ou seja, os jovens “nem-nem” desempenham atividades importantes para a economia familiar e não deixam de procurar emprego no mercado de trabalho, ainda que lhes seja muito difícil encontrar vagas, já que sua educação é falha.
Ademais, a pesquisa, em seu aspecto qualitativo, mostrou que os “nem-nem” são o grupo social que expressou maior preocupação com a violência urbana, além de identificar o tráfico de drogas como uma tentação para afastá-lo do caminho do trabalho e da educação, já que oferece a chance de obter dinheiro fácil. “Nesse sentido, ser ‘nem-nem’ também pode ser entendido como uma tentativa de evitar os riscos das ruas”, observou o relatório. Assim, a probabilidade de ser “nem-nem” é maior nas famílias de baixa renda.
A pesquisa mostra também que, a despeito dos avanços na área educacional, a qualidade do ensino oferecido aos jovens está longe do que vem sendo exigido no novo mercado de trabalho, que premia habilidades que se adaptem a diferentes circunstâncias, e não a rígida especialização profissional que caracteriza a maioria das carreiras tradicionais.
Além disso, está claro que os jovens latino-americanos ficam muito pouco tempo na escola. No Brasil, a média é de menos de 10 anos completos de estudo, ante mais de 11 anos no Chile e na Colômbia. E mesmo os que passam mais tempo na escola demonstram graves deficiências na resolução de problemas simples. E os empregos disponíveis para essa faixa da população são precários, com escasso incentivo para um maior engajamento.
Sem ter a perspectiva de retorno profissional do esforço educacional, os jovens acabam empurrados para fora da escola e do mercado de trabalho. Mesmo assim, a pesquisa constatou que 77% dos jovens brasileiros esperam alcançar o ensino superior e 83% acreditam ser capazes de conseguir o trabalho que desejam. É nesse otimismo que o poder público precisa apostar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Educação deve fazer com que jovem acredite ser capaz de superar barreiras

Claudia Costin

Claudia Costin
Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Em 2017, a pesquisadora Carol Dweck, de Stanford, recebeu um dos maiores prêmios em educação, o Yidan Prize, por suas análises que evidenciam que a inteligência não é fixa e pode ser desenvolvida ao longo do tempo. 
Ao ler sua obra, “Mindset”, recentemente traduzida para o português, fica claro que quando rotulamos alunos, com base em nossa percepção de seus talentos, acabamos prestando um desserviço àquilo que os fará avançar na aprendizagem, o esforço.
Explico-me: se divido as crianças entre as brilhantes e as limitadas, ou as que têm talento para matemática e as que não têm, isso se torna uma profecia autorrealizável, já que mando uma mensagem inconsciente a elas de que não adianta se empenhar. Afinal, a inteligência e os talentos seriam fixos e, por mais que houvesse esforço, não haveria como aprender. 
Uma antiga aluna de Dweck, Angela Duckworth, acrescentou um elemento importante à teoria de sua mestra ao identificar o fator responsável por sucesso em diferentes áreas de atuação profissional. Ela recorre ao conceito de garra (“grit”, em inglês), que define como uma combinação de esforço e paixão.
As pessoas que são dotadas de motivação intrínseca para realizar determinadas práticas e nelas colocam empenho consistente se destacam em suas lides, segundo as pesquisas de Duckworth, professora da Universidade da Pensilvânia.
Porém, assim como Carol Dweck, Duckworth acredita que este atributo pode ser desenvolvido, pode se ensinar garra, pois ela não é fixa. 
Isso significa que o docente pode incluir em seu processo de ensino atividades que levem ao desenvolvimento de esforço e persistência. A paixão virá com a superação de obstáculos, como ocorre, por exemplo, no esporte ou nas artes.
Fazer o jovem acreditar-se capaz de superar barreiras é um dos resultados esperados da educação. Isso envolve um processo de ensino em que se combinem competências técnicas e socioemocionais. 
Mas nada disso funcionará se o professor não tiver desenvolvido ele mesmo as habilidades que pretende ver nos alunos. Em outros termos, se o docente não tiver persistência ou garra, se ele desistir facilmente, os estudantes tenderão a não considerar importante ter garra no que fazem em aula.
Além disso, para que a educação cumpra com sua promessa de gerar igualdade de oportunidades, base para uma sociedade mais evoluída, é preciso que a escola tenha altas expectativas para todos os alunos. Nada de cultura de mediocridade para o conjunto e atenção apenas para os que já se destacam.
Todos podem aprender e em níveis mais altos de aprofundamento. O Brasil não pode deixar ninguém para trás!

domingo, 9 de dezembro de 2018

Comentário 2


Culpar a Elite pela situação da Educação é um discurso Ultrapassado (no passado esse discurso era válido pq só tinha acesso a escola quem podia pagar).... com a Universalização do ensino no Brasil (acesso a escola gratuita)o discurso caiu no vazio....

Aproveitando o vácuo deixado pela Elite a Classe B&C começaram a se comportar como a Elite disseminando que a escola particular tinha um ensino muito melhor e que a escola publica era ruim....assim começava um discurso de desvalorização e desmonte da escola publica....

A educação ficou dividida entre escola particular e publica que trouxe consequências nefastas para educação no Brasil....  a Classe B&C (Falsa Elite) se comportava como a Elite longe de fazer parte dela (distribuição de renda no Brasil é abissal) a renda era muito inferior da Classe A .... como a Falsa Elite não possuía renda para manter os filhos em escola para Elite e viver como Classe A....a Classe B&C escolheu em manter o Status de Elite ao invés de priorizar o ensino...  as escolas particulares não investiram em Ensino...só investiram na aparência....

 Acreditando na Falsa Ideia que escola publica era ruim ...a sociedade acomodou ....não havia interesse dos pais e das autoridades em investirem nas escolas publicas..... era mais fácil abraçar a Fantasia dos filhos  fazerem parte Elite matriculando em escolas particulares.....

Resultado dessa divisão a Educação no Brasil parou no Tempo .... O Brasil tem escolas particulares do século XIX Falsamente Elitizada  e Escolas Publicas Abandonadas a própria sorte.......

Comentário

Comentário.

É consenso que é preciso mudar ...fazer alguma coisa na Educação no Brasil... o problema que esse consenso já dura 50 anos.

Mas se todos sabem que é preciso mudar a Educação, porque não muda?

Não muda porque não é um problema somente da educação. 

Educação é o reflexo das famílias, da sua cultura,do modo de vida e das escolhas dos pais principalmente.

Países que se destacam em qualidade de Educação...são países que culturalmente os pais valorizam a educação...... ( Quando você leu o título deste artigo, provavelmente respondeu a si mesmo: “Eu faria de tudo pelo meu filho”. Mas, se você for um brasileiro normal, a resposta real terá sido: “Tudo, desde que não atrapalhe o meu estilo de vida”. https://veja.abril.com.br/educacao/o-que-voce-faria-pelos-seus-filhos/ )  

No Brasil  tudo deve Vir de Cima para Baixo.....que a inciativa deve partir das autoridades.... mas se esquecem que a Educação começa em casa.....

Vira e mexe sai na imprensa créditos a autoridades por desempenho escolar.... (Sobral curral eleitoral dos irmãos Cid e Ciro) cujo ex governador do Ceará (Cid) foi nomeado Ministro da Educação(relâmpago... nem esquentou a cadeira)....qd na verdade não fez nada....o que muda  na educação e no futuro dos filhos são as atitudes dos pais....(Você até pode dizer que com exemplos assim a família demonstra "bons genes". Mas Anne afirma que as conquistas individuais são produto da combinação de sorte com a educação que recebeu dos pais."Temos a sorte de termos sido criadas por pais excelentes que nos expuseram desde cedo à comunicação e à tecnologia. Minha mãe é jornalista e meu pai é físico", afirma.  https://www.bbc.com/portuguese/geral-46486218)

O Pai de um amigo tem uma Frase muito interessante " Quem não quer fazer...Não quer Mudar...Faz Reunião"...no Brasil tudo vira projeto (Enrolação) pq assim que sai de evidencia.... cai no esquecimento (Escola Sem Partido, Base Nacional Comum Curricular ). 

Escola particular é coisa da Elite desde os Tempos da Grécia antiga.... o problema é a Classe B&C acharem que por seus filhos estudarem em escola particular fazem parte da Elite Educacional e Social....dá para contar no dedo as escolas que realmente são das Elites no Brasil....o resto é tudo Bizarrice ... são escolas que fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem... Pais Que Parecem Mas Não São....(https://www.terra.com.br/noticias/educacao/escola-privada-nao-e-sinonimo-de-qualidade-alertam-especialistas,a3def67f9720d310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html )

A Classe B&C sustentaram durante anos um Apartheid Educacional cuja consequência  foi a desvalorização dramática da escola publica.... e com a crise agora não tem para onde correr.... a Classe B&C deram tiro no próprio pé.....

Obtusa a Classe B&C condenou o futuro dos filhos ...a base pessoal e educacional  sempre foi uma Ilusão...uma Fantasia dos Pais .... toda escola que pretendia se tornar uma verdadeira escola de elite no Brasil, quebrou...assim que subiam as mensalidades os alunos sumiam... custa muito caro manter uma escola de Elite a começar pelos professores..... (https://exame.abril.com.br/economia/so-8-7-dos-brasileiros-seriam-classe-media-nos-eua/ ) ... sobram Intenções dos pais que seus filhos façam parte da Elite....faltam pais que possam pagar....

Como a conta não fecha.... temos então uma Falsa Educação de Elite com uma boa parte da sociedade Vivendo Falsamente como se fossem parte da Elite ....é o  Me Engana Que Gosto.....só pode acabar em tragédia familiar...(drogas ...bebidas...depressão ...suicídios ...)

Em 2012 em uma pesquisa sobre as prioridades das famílias no Brasil ...a Educação foi a 7ª prioridade das famílias.... ficando atrás de automóveis - 4ª (compra ou troca )....Lazer- 5ª (passeios...shopping)...Viagens -  6ª (turismo)....

As Classes mais carente no Brasil acham que é de graça por isso está bom ou pq é vendido que é de graça por isso é ruim.... Não é de Graça ...educação publica no Brasil custa muito caro ... pq se paga através de impostos e não se cobra o retorno do que pagou....

Então o buraco é bem mais em baixo .... não é só problema da educação ... é comportamental.... não adianta colocar esse ou aquele Ministro a Educação....é preciso que os Pais mudem de atitude.... se dediquem a dar  uma verdadeira educação de qualidade para seus filhos.....

Mudar é Difícil ...Não Mudar é Fatal - Cortella

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

É essencial estimular as crianças a desenvolver a empatia

QUARTA, 05/12/2018, 15:50Revista Crescer na CBN - Ana Paula Pontes

É essencial estimular as crianças a desenvolver a empatia

Estudos mostram que os seres humanos são biologicamente programados para seguir o caminho do bem. Pesquisa com bebês de três meses comprovam, empiricamente, que eles preferem as pessoas que agem com bondade. Ouça no comentário.


https://download.sgr.globo.com/audios/encodeds/3/2018/12/05/231482_20181205.mp3


Comentário.


         Escola é tudo igual.... é um imóvel...que possui salas...carteiras...lousa....o que muda é o tamanho e o endereço ....
         
         Escola não faz bons aluno ....por isso não existe a melhor escola ...são os alunos que fazem a escola ser boa.....o que diferencia uma escola da outra é que umas Tem melhores alunos que outras......

        É de Conhecimento dos Pais as mudanças que estão ocorrendo no mundo...todos os pais sabem que é preciso mudar a educação dos filhos.... mas no fim acabam optando pelo tradicionalismo ..... adotando critérios arcaicos ...ultrapassados...... 
        
        A Terceira infância (terceira infância 6 – 12 anos) é uma fase muito importante na vida da criança é onde a criança inicia o contato com o mundo longe dos Pais é nela que vai determinar quem ela vai ser no futuro....  (a primeira e segunda infância é voltada a família) .....

      Tenho uma frase " De Boas Intenções dos Pais .... o Céu está Cheio de Anjinhos"..... é preciso muito mais dedicação dos Pais nessa Fase do que os Pais pensam.... não é simplesmente pagar uma Escola Particular e sair Ostentando a Caminho da Escola e Posando de Bons Pais....

      Nessa Fase é comum os Pais Terceirizarem a Educação dos filhos ( empurrarem a responsabilidade para as escolas) e abandonarem a Formação da Personalidade dos filhos.....

     A terceira Infância é a fase que antecede a Adolescência.... Crianças com deficiência na formação da personalidade com certeza serão adolescentes problemáticos ou com desempenho ruim em todos os aspectos sócio emocionais.... exemplos... Sociais (conviverem com más companhias....drogas...anti sociais...etc...)...esportivos (não sabem lidar com derrotas) e de carreira (não se dedicam aos estudos).....

    Escolas de Fundamental 1 Particulares viraram Verdadeiras Ilhas da Fantasia.... os alunos vivem isolados do Mundo....da Realidade Social... as Escolas Particulares de Fundamental 1  Viraram Ilhas da Fantasia pq os Pais assim quiseram.... a maioria Absoluta dos pais que tem Filhos em Escola Particular de Fundamental 1 coloca seus filhos na escola por Status....e não pela qualidade do ensino ou formação da personalidade....com a desculpa que tiveram as Melhores Intenções com os Filhos.....

   Boa Escola Particular de Fundamental 1 para Classe Media Alta e Baixa é Aquela onde Pais e Filhos Podem Ostentar Mais.....


  Minha Mãe dizia "Pau que Nasce Torto.... Morre Torto" uma formação ruim na Terceira Infância não tem como mudar na Adolescência ou na Adulta.... a má formação vai Refletir a Vida toda tanto Socialmente como Profissionalmente ......

  Um Alerta ....num mundo onde não existe barreira ao Conhecimento "Pais não Tem como Justificar para os filhos que Não Sabiam e Que tiveram as Melhores Intenções"......

 Não há Justificativas para que Pais Coloquem seus filhos em Ilhas da Fantasias (Escolas Particulares de Fundamental 1) ....não há dificuldade educacional no fundamental 1 que meia hora por semana não consiga resolver (exemplo não aprender ...ler ...escrever ...fazer contas).....Alegar que Tiveram as Melhores Intenções  e que Achavam que estavam dando uma Educação melhor Não Convence....   

Não São as Escolas Particulares de Fundamental 1 que Tem que mudar....São os Pais Que Tem Mudar Suas Atitudes....As Escolas Particulares de Fundamental 1 São Reflexos do que os Pais Pensam... Falam e Atuam....

  

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Ensino do país deve mudar para formar profissional do futuro


Mesa de debate do seminário O Futuro do Emprego e o Emprego do Futuro, realizado pela Folha, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo - Reinaldo Canato/Folhapress

Para preparar o profissional do futuro, o sistema de ensino brasileiro deve ser reformulado a fim de buscar diversidade nas formas de aprender, estimular a curiosidade e dar ferramentas para adaptação em um mercado de trabalho dinâmico.
“Invistam continuamente em educação, mas não em um sistema que encha as crianças de fatos e as faça decorar coisas”, disse o sul-coreano Youngsuk ‘YS’ Chi, presidente da Elsevier, maior editora científica do mundo, e diretor no Relx Group, na abertura do seminário O Futuro do Emprego e o Emprego do Futuro.
O evento, realizado pela Folha, com patrocínio do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), aconteceu na sexta-feira (30), em São Paulo.
A chegada da indústria 4.0, caracterizada pelo uso de conectividade e inteligência artificial para aumentar a eficiência, tem modificado o mercado de trabalho ao eliminar postos e redesenhar funções.
educação para lidar com as tecnologias emergentes deve permitir que o estudante se aventure em diferentes áreas de conhecimento até compor suas próprias aptidões, segundo Chi. “Hoje, a educação não acaba quando você sai da sala de aula. Aprender deve ser para a vida toda”, afirmou.
No novo contexto, o desenvolvimento de competências alinhadas com paixões que motivem o profissional é mais importante que cargos em empresas de renome. “Colecione habilidades, não credenciais”, disse Chi.
A educação continuada para diversos níveis e faixas etárias pode alçar o Brasil a um lugar de destaque no cenário global, segundo o executivo.
“No Brasil, vocês têm tudo. Recursos, como água, comida. E pessoas não faltam. Venho de um país [Coreia do Sul] que não tem nada disso, e ainda assim somos uma das maiores economias do mundo.”
A carência de recursos educacionais e profissionalizantes para especialização da mão de obra é um dos principais desafios para o país ampliar seu espaço no mundo informatizado, segundo especialistas que participaram dos painéis de discussão no evento. 
“Esquecemos que metade dos colégios públicos brasileiros não tem internet, e a outra metade só tem o suficiente para o diretor conseguir mandar email”, lembrou Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
Adaptar novas tecnologias à realidade da produtividade exige reformulação do sistema de ensino profissional.
“No Brasil, 8% dos jovens fazem formação técnica. Nos países emergentes mais bem-sucedidos, acima de 50% dos jovens fazem cursos técnicos”, disse Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da CNI e diretor-geral do Senai.
Lucchesi defendeu a reforma do ensino médio, que qualificou como estagnado. “Tem de sair da educação de baixa produtividade e reprodução. A quarta revolução industrial exige novas competências socioemocionais, bem como maior capacidade de colaboração, comunicação, criatividade, interpretação de dados e trabalho coletivo”, disse.
A reforma do ensino médio, aprovada em 2017, só passará a valer oficialmente após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, que está em discussão no Ministério da Educação. A implementação tem prazo de dois anos.
Uma formação generalista poderia dar conta dos desafios do trabalho do futuro, segundo Paulo Feldmann, economista e professor da FEA-USP.
A maior parte das ocupações que conhecemos deixará de existir daqui a algumas décadas, segundo Feldmann, e caberia ao país investir na formação de jovens para ocupações que ainda não foram inventadas. “Vai ser cada vez mais difícil resolver a questão do desemprego do que foi no passado”, afirmou.

CONGRESSO DISCUTIU NOS ANOS 1980 PROJETO PARA BARRAR ROBÔ

perda do emprego para máquinas ou robôs é uma preocupação frequente. Em diferentes momentos, a introdução de novas tecnologias foi motivo de receio por parte de trabalhadores.
No final da década de 1980, o Congresso chegou a discutir a questão, num momento em que a indústria montadora passava a automatizar a produção. Um projeto de lei, proposto pelo então deputado federal José Camargo (PFL-SP), vedava o uso de robôs na indústria de manufaturados.
“Não nos parece oportuna a importação de robôs para substituírem a mão de obra humana na indústria neste momento em que o país atravessa um processo trabalhista muito sensível”, segundo o texto da ementa do projeto.
Feldmann foi chamado na época para participar de uma comissão criada pelo Congresso para o debate. “Teria sido um desastre para o Brasil aprovar aquele projeto”, afirmou no seminário.
Segundo o professor, impera no país falsa esperança de que novos empregos gerados pelas tecnologias compensarão a perda de ocupações. “Desta vez, a coisa é para valer. As empresas precisam se modernizar, a competição impõe busca de novas tecnologias.”

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

23% dos jovens no Brasil são “nem-nems”: nem trabalham nem estudam

Pesquisa mostra que 49% se dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo

Por Agência Brasil

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (jovens nem-nem), na maioria mulheres e de baixa renda, um dos maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e Caribe. Enquanto isso, 49% se dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo.
As razões para esse cenário, de acordo com o estudo, são problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos, entre outros. No mesmo grupo estão o México, com 25% de jovens que não estudam nem trabalham, e El Salvador, com 24%. No outro extremo está o Chile, onde apenas 14% dos jovens pesquisados estão nessa situação. A média para a região é de 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, que não estudam nem trabalham.
O estudo Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar? sobre jovens latino-americanos foi lançado nesta segunda-feira, 3, durante um seminário no Ipea, em Brasília. Os dados envolvem mais de 15 mil jovens entre 15 e 24 anos de nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

Nem-nem

De acordo com a pesquisa, embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, 31% dos deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da metade, 64%, dedicam-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres. “Ou seja, ao contrário das convenções estabelecidas, este estudo comprova que a maioria dos nem-nem não são jovens sem obrigações, e sim realizam outras atividades produtivas”, diz a pesquisa.
Apenas 3% deles não realizam nenhuma dessas tarefas nem têm uma deficiência que os impede de estudar ou trabalhar. No entanto, as taxas são mais altas no Brasil e no Chile, com aproximadamente 10% de jovens aparentemente inativos.
Para a pesquisadora do Ipea Joana Costa, os resultados são bastante otimistas, pois mostra que os jovens não são preguiçosos. “Mas são jovens que têm acesso à educação de baixa qualidade e que, por isso, encontram dificuldade no mercado de trabalhos. De fato, os gestores e as políticas públicas têm que olhar um pouco mais por eles”, alertou.

Políticas públicas

A melhora de serviços e os subsídios para o transporte e uma maior oferta de creches, para que as mulheres possam conciliar trabalho e estudo com os afazeres domésticos, são políticas que podem ser efetivadas até no curto prazo, segundo Joana.
Com base nas informações, os pesquisadores indicam ainda a necessidade de investimentos em treinamento e educação e sugerem ações políticas para ajudar os jovens a fazer uma transição bem-sucedida de seus estudos para o mercado de trabalho.
Considerando a incerteza e os níveis de desinformação sobre o mercado de trabalho, para eles [jovens] é essencial fortalecer os sistemas de orientação e informação sobre o trabalho e dar continuidade a políticas destinadas a reduzir as limitações à formação de jovens, com programas como o Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Os programas de transferências condicionadas e bolsas de estudo obtiveram sucesso nos resultados de cobertura”, diz o estudo.
De acordo com o Ipea, o setor privado também pode contribuir para melhorar as competências e a empregabilidade dos jovens, por meio da adesão a programas de jovens aprendizes e incentivo ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais requeridas pelos empregadores, como autoconfiança, liderança e trabalho em equipe.
No Brasil, por exemplo, segundo dados apresentados pelo Ipea, há baixa adesão ao programa Jovem Aprendiz. De 2012 a 2015, o número de jovens participantes chegou a 1,3 milhão, entretanto esse é potencial anual de jovens aptos para o programa.
É preciso ainda redobrar os esforços para reduzir mais decisivamente a taxa de gravidez de adolescentes e outros comportamentos de risco fortemente relacionados com o abandono escolar entre as mulheres e uma inserção laboral muito precoce entre os homens.

Conhecimento e habilidades

As oportunidades de acesso à educação, os anos de escolaridade média, o nível socioeconômico e outros elementos, como a paternidade precoce ou o ambiente familiar, são alguns dos principais fatores que influenciam a decisão dos jovens sobre trabalho e estudo, de acordo com a pesquisa. Em todos os países, a prevalência de maternidade ou paternidade precoce é maior entre os jovens fora do sistema educacional e do mercado de trabalho.
A pesquisa traz variáveis menos convencionais, como as informações que os jovens têm sobre o funcionamento do mercado de trabalho, suas aspirações, expectativas e habilidades cognitivas e socioemocionais. Para os pesquisadores, os jovens não dispõem de informações suficientes sobre a remuneração que podem obter em cada nível de escolarização, o que poderia levá-los a tomar decisões erradas sobre o investimento em sua educação. No caso do Haiti e do México, essa fração de jovens com informações tendenciosas pode ultrapassar 40%.
A pesquisa aponta ainda que 40% dos jovens não são capazes de executar cálculos matemáticos muito simples e úteis para o seu dia a dia e muitos carecem de habilidades técnicas para o novo mercado do trabalho. Mas há também resultados animadores. Os jovens analisados, com exceção dos haitianos, têm muita facilidade de lidar com dispositivos tecnológicos, como também têm altas habilidades socioemocionais. Os jovens da região apresentam altos níveis de autoestima, de autoeficácia, que é a capacidade de se organizar para atingir seus próprios objetivos, e de perseverança.
De acordo com a pesquisa, os atrasos nas habilidades cognitivas são importantes e podem limitar o desempenho profissional dos jovens, assim como a carências de outras características socioemocionais relevantes, como liderança, trabalho em equipe e responsabilidade. Soma-se a isso, o fato de que 70% dos jovens que trabalham são empregados em atividades informais. Entre aqueles que estão dentro do mercado formal há uma alta rotatividade de mão de obra, o que desmotiva o investimento do empregador em capacitação.

Realidade brasileira

No Brasil há cerca de 33 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos, o que corresponde a mais de 17% da população. Segundo a pesquisadora do Ipea Enid Rocha, o país vive um momento de bônus demográfico, quando a população ativa é maior que a população dependente, que são crianças e idosos, além de estar em uma onda jovem, que é o ápice da população jovem.
“É um momento em que os países aproveitam para investir na sua juventude. Devemos voltar a falar das políticas para a juventude, que já foram mais amplas, para não produzir mais desigualdade e para que nosso bônus demográfico não se transforme em um ônus”, disse.
Além das indicações constantes no estudo, Enid também destaca a importância de políticas de saúde específica para jovens com problemas de saúde mental, traumas e depressão.
A pesquisa foi realizada em parceria do Ipea com a Fundación Espacio Público, do Chile, o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional (IRDC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG).
A pesquisa completa, em espanhol, está disponível na página do BID. Acesse aqui o sumário executivo da pesquisa, em português.