domingo, 5 de fevereiro de 2017

Bonito de ver, Plano Nacional de Educação é pura fantasia - Um estudo inédito mostra que o PNE parece enredo carnavalesco

Por Luisa Bustamante

Uma estratégia aproxima os países que deixaram a rabeira da educação para estrelar no topo dos rankings de ensino: todos formularam um plano de longo prazo para avançar, com metas claras e realistas, e se aferraram a elas com louvável disciplina. Nesse sentido, a existência do Plano Nacional de Educação (PNE) é uma iniciativa a celebrar no Brasil. Veio com atraso, mas veio. 

Reportagem desta semana de VEJA mostra que o PNE pode ser bonito de ver, mas se desgarra da realidade. Um dos principais problemas é a meta de chegar à fatia de 10% do PIB brasileiro, o dobro da porção de hoje, batendo a campeã Noruega, que canaliza 7,3% para o ensino. O número atual já é suficientemente espantoso em um país vergado pela crise econômica. Mas tem mais: um estudo inédito elaborado pelo IDados, braço de análises do Instituto Alfa e Beto, refez as projeções de custo do PNE e concluiu que, em 2024, a educação sugaria, na verdade, 13% do PIB.

Proposta final da base nacional terá atraso de 5 meses, diz MEC

Antes o currículo será debatido nos municípios e devolvido ao MEC até o fim de agosto, segundo a nota oficial enviada ao site de VEJA


Por Da redação

A versão final da Base Nacional Comum Curricular deve ser apresentada só em novembro deste ano, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC). Antes, o currículo será debatido nos municípios e devolvido ao MEC até o fim de agosto, segundo a nota oficial enviada ao site de VEJA.
Pelo cronograma oficial, o currículo deveria ter sido concluído e enviado a para o Conselho Nacional de Educação (CNE) até o dia 24 deste mês.
O documento tem o objetivo de prever o que será ensinado nas escolas públicas e privadas brasileiras, e o MEC afirma que “é importante que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) seja amplamente trabalhada em conjunto com a sociedade de forma democrática, o que vale reabrir a discussão por mais alguns meses”.
Falhas – As críticas à primeira proposta foram feitas por professores durante a fase de consulta pública, entre setembro de 2015 e março deste ano. A área de português não englobava gramática e a parte de história ignorava pontos importantes de conhecimento geral para se concentrar na questão indígena e africana.
No período, foram enviadas 12,2 milhões de sugestões para as áreas de linguagens, ciências humanas, matemática e ciências da natureza, além de 27.000 pedidos de inclusão de novos objetivos para a educação.
Articulação – A reforma curricular, com disciplinas comuns para toda a educação básica, é uma exigência do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014. A ideia da BNCC é que 60% do currículo seja unificado pelo MEC, enquanto o restante seja definido pelos Estados conforme critérios regionais.

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