Daniela Amorim, Nathália Larghi,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
30 Agosto 2016 | 05h00
O pesquisador Sandro Sacchet, da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), explica que o aumento na evasão escolar para que os jovens possam trabalhar e complementar a renda da família é um fenômeno temporário, motivado pela crise. “Assim que as condições melhorarem e que o emprego se recuperar, as pessoas mais jovens voltam a estudar”, afirmou Sacchet.
Ele diz, no entanto, que ainda não é possível dizer quando o mercado de trabalho brasileiro começará a mostrar recuperação. Sacchet espera que a taxa de desemprego, atualmente em 11,3%, deve se aproximar de 12% antes de mostrar reação, provavelmente ao longo de 2017. “A taxa de desemprego deve continuar piorando um pouco até o fim do ano, mas num ritmo menor do que vinha acontecendo até então.”
‘É o que mais tem’. Apesar de ter se acentuado em 2016, a taxa de desocupação entre os jovens já vinha crescendo desde 2014. Foi nessa época que Pablo Santos, de 17 anos, saiu da escola. O jovem de Nova Iguaçu, na baixada fluminense, abandonou os estudos no 9º ano do Ensino Fundamental porque “queria ter suas coisas”.
Essa foi a mesma justificativa usada por Tiago Júnior,de 17 anos, para explicar o abandono da escola no último ano do Ensino Fundamental. “Essa foi a saída que eu encontrei para ter o que eu queria, sem fazer coisa errada”, disse. Morador de Padre Miguel, ele diz que em sua comunidade, adolescentes que abandonam a escola para trabalhar, “é o que mais tem.”
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