segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Pouca mão de obra qualificada fere avanço industrial da Índia - Mão de obra escassa ameaça boom do setor automobilístico no México

Trecho do Jornal Valor Econômico.

11/08/2016 ­ 05:00

Pouca mão de obra qualificada fere avanço industrial da Índia 

Por Santanu Choudhury

Depois de ter fechado uma série de contratos multibilionários com empresas estrangeiras para fabricar peças de helicópteros, aeronaves e trens nos últimos anos, a Índia enfrenta dificuldades para encontrar pessoas qualificadas para produzi ­las.

Em uma iniciativa de US$ 3,3 bilhões, a Índia está correndo para treinar 15 milhões de pessoas até 2020 com as  habilidades necessárias para atingir a meta do primeiro ­ministro indiano Narendra Modi de atrair mais produção industrial de valor agregado ao país.

Os desafios são grandes, já que empresas estrangeiras como Boeing Co., Airbus Group SE e Alstom AS geralmente não encontram funcionários com treinamento e experiência suficientes para atender ao programa "Faça na Índia", de Modi.

Mais de 80% dos engenheiros da Índia não têm condições de serem contratados, afirmou a Aspiring Minds, empresa indiana de avaliação de empregabilidade, em um relatório de janeiro elaborado a partir de uma pesquisa com 150 mil estudantes de engenharia em cerca de 650 faculdades do país. A falta de cursos especializados obriga as empresas a treinar seus próprios funcionários a partir do zero. 

Em um centro de treinamento na região de Hyderabad, no sul da Índia, novos funcionários com pouco mais de 20 anos lidam com ferramentas de alta precisão, aprendendo como fixar rebites em chapas de alumínio para a produção de aviões como parte de um programa de treinamento de um ano.

Os funcionários ­ uma mistura de engenheiros e pessoas com diplomas de escolas técnicas ­ esperam obter as qualificações necessárias que os ajudem a garantir uma vaga nas fábricas da Tata Advanced Systems Ltd., braço aeroespacial e de defesa do conglomerado local Tata Group.


15/08/2016 ­ 05:00

Mão de obra escassa ameaça boom do setor automobilístico no México 

Por Christina Rogers e Dudley Althaus

Quando as fabricantes de automóveis começaram a cruzar a fronteira entre os Estados Unidos e o México para se instalar em Ciudad Juárez, mais de duas décadas atrás, a grande atração era a mão de obra abundante e barata.

Hoje, em pleno boom da produção automobilística, essas vantagens estão desaparecendo. Toyota Moto r Corp., BMW AG, Ford Moto r Co. e várias outras montadoras se comprometeram em investir um total de US$ 15,8 bilhões no México para construir novas linhas de montagem ou expandir fábricas existentes. Isso sem falar nas 16 fábricas já em operação e os bilhões de dólares sendo gastos por fornecedores de autopeças para acompanhar o ritmo da atividade.

A competição por trabalhadores, tanto para encontrá­los quanto para retê­los, está elevando os custos da mão de obra. Programas de retenção e capacitação estão se tornando a norma. E para garantir que os funcionários, especialmente aqueles com habilidades valorizadas, permaneçam na empresa, o pagamento de bônus é cada vez mais comum. Algumas fábricas tentam atrair novos trabalhadores ao oferecer todo tipo de benefício, inclusive botas de cowboy. Vagas em aberto estão se tornando comuns.

"Temos uma lacuna de oferta [de mão de obra] enorme no México que precisa ser resolvida", diz Stephan Keese, sócio da consultoria Roland Berger, de Chicago, que trabalha com montadoras no México. "O que estamos vendo é só a ponta do iceberg dessa escassez. Será inevitável que os custos laborais subam."

A pressão ainda não é grave o suficiente para minar a lógica de transferir a produção para o México. Mas a tendência é um choque inesperado para as finanças das empresas ­ a mão de obra é um dos poucos aspectos dos custos que os fabricantes podem controlar ­ e uma ameaça tanto para os lucros quanto para a qualidade da produção.

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