
Rosely Sayão
Psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia a dia dessa relação.
Psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia a dia dessa relação.
O ano foi difícil em vários aspectos e a maioria deles afetou a vida pessoal de cada um de nós. Chegamos aos últimos dias querendo que o ano termine logo –como se um novo ano pudesse resolver a maioria dos problemas que enfrentamos!
O fato é que estamos estressados, exaustos, pressionados, frustrados etc., e queremos começar uma nova etapa.
Se para nós o ano foi difícil, para as crianças não foi diferente. Lidar com um mundo hostil, com o cansaço e o desânimo de muitos pais e com a braveza exagerada e a falta de paciência que isso provoca não deve ter sido fácil para elas!
Muitas adoeceram, não conseguiram colocar em ato o potencial que têm para aprender, arrumaram confusões desnecessárias com pais, educadores e pares, transgrediram sem motivos etc.
Então, caro leitor, hoje convido você a refletir sobre algumas mudanças para melhorar a vida de nossas crianças. Esse convite eu envio a todos os adultos, tenham eles ou não filhos, sobrinhos e/ou netos, alunos. Todos nós, integrantes da sociedade, temos responsabilidades em relação aos mais novos.
Precisamos ter muito mais paciência com eles, porque exigem muito de nós, e temos a responsabilidade de estar disponíveis para eles, não apenas nos bons momentos, mas principalmente nos episódios que nos fazem ver a criança e o adolescente reais, que são como eles são e não como queríamos que fossem.
Em muitos momentos iremos enfrentar a teimosia, a desobediência e a rebeldia, o confronto direto e muitas vezes agressivo na convivência com eles. Por isso, paciência é fundamental: nos permite atuar com mais foco nas questões que eles nos apresentam e não em nossos sentimentos e decepções.
Precisamos agir mais quando eles nos solicitam e não apenas falar, falar, falar, e esperar que nossos comandos e nossos discursos tenham efeito de decretos a serem cumpridos por eles.
É que eles entendem muito bem, no sentido da compreensão cognitiva, as ideias e as ordens que dirigimos a eles. Sem nossa ação em parceria com nossas palavras, porém, nada acontece!
Falar para uma criança que ela não deve fazer determinada coisa não funciona tanto quanto falar e impedir que ela faça. Apenas orientar um adolescente também não funciona tanto quanto se, com a orientação, houver a tutela dos pais e/ou professores, mesmo que discreta.
Precisamos colocar em prática os sentimentos que temos pelos filhos, e não apenas fazer declarações de amor a eles. E se existe uma prática extremamente amorosa, é a escuta ativa e paciente do que eles expressam –não apenas do que eles falam, mas também e principalmente do que eles não conseguem falar diretamente e por isso representam, dizem nas entrelinhas, usam personagens para narrar o que ocorre com eles.
Se uma garota disser que tem uma amiga grávida, pode ser que ela precise saber o que os pais fariam caso isso ocorresse com ela; se um jovem diz que um amigo usa drogas e passa mal, ele pode querer ter informações sobre o assunto para ele mesmo.
Precisamos lembrar, todos os dias, que o amor que sentimos por nossas crianças e adolescentes precisa ser menos falado e mais atuado. Eles necessitam saber, por nossas atitudes, que são prioridade em nossas vidas.
Meus votos para um ano melhor para cada um de nós e, principalmente, para nossas crianças!
Meus votos para um ano melhor para cada um de nós e, principalmente, para nossas crianças!
A todos, desejo um ótimo início de nova jornada. Saúde e coragem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário