terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Brasil fica em 63° lugar em ranking mundial de educação

País tinha ficado em 58º no último levantamento do PISA, em 2012, quando 65 países participaram. Dessa vez, foram 70. Educação brasileira teve piora nas notas das três áreas avaliadas: matemática, ciências e leitura.

Por Guilherme Balza
A pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o PISA, na sigla em inglês, trouxe duas más notícias ao Brasil: em 2015 o país não só continuou mal posicionado, ocupando os últimos lugares no ranking, como teve uma pontuação pior do que em 2012 nas três áreas avaliadas: ciências, matemática e leitura.
O PISA é o principal exame internacional para avaliar a qualidade da educação. A pesquisa é organizada a cada três anos pela OCDE e dessa vez envolveu 70 países e economias.
No ranking, o Brasil ficou na 63ª posição, atrás de países como Indonésia, Jordânia, Albânia e México. Em 2012, quando 65 países participaram, o Brasil ficou em 58º lugar.
O professor da Faculdade de Educação da USP, Ocimar Munhoz Alavarse, afirma que o Brasil ampliou o acesso à educação nas últimas décadas, o que torna mais difícil manter a evolução constante dos indicadores. Ele, no entanto, classifica o resultado no exame como alarmante.
As economias asiáticas são o destaque. Das dez primeiras posições, sete são da Ásia. Cingapura lidera o ranking, seguida por Japão, Estônia, Taiwan e Finlândia.
É a primeira vez, desde que o Brasil passou a participar da prova, há 16 anos, que a nota piorou nas três áreas. Entre 2000 e 2009, o país apresentou uma leve melhora em todas as notas. Em 2012, estagnou em ciências e leitura e evoluiu em matemática.
Professora titular da Unicamp, Maria Marcia Malavasi avalia que os resultados refletem problemas como a falta de investimento na formação de professores e o baixo salário dos profissionais. Mas a educadora alerta: a melhora nos rankings não deve ser um objetivo, e sim a consequência de políticas acertadas.
A secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, reconhece que o Brasil vai mal mesmo na comparação com países latino americanos.
Maria Helena defende a implantação de uma base curricular nacional comum, o investimento na formação de professores e a reforma do ensino médio para que o Brasil melhore o desempenho.

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