O Brasil cai quatro posições na maior avaliação educacional do mundo. Em matemática, pela primeira vez, o país regrediu ao nível próximo a 2006
FLÁVIA YURI OSHIMA
O Brasil regrediu. Os resultados da maior avaliação educacional do mundo, o Pisa (sigla em inglês para Programa de Avaliação Internacional de Estudantes), mostram que hoje nossos estudantes sabem menos matemática do que sabiam em 2009. Eles evidenciam também que nos últimos três anos ficamos estagnados em leitura e em ciências. A consequência disso é que o Brasil caiu no ranking de Educação, com enfase em ciências, da posição 59 para a 63. Mais importante que isso, essas notas atestam que todo o investimento feito em Educação nos últimos anos e as conquistas na área não foram traduzidas na melhora do aprendizado.
O Pisa é uma avaliação trienal feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde o ano 2000. Neste ano, participaram 70 países. As provas aplicadas em dois dias focam nos conhecimentos de alunos de 15 anos e 3 meses a 16 anos e 2 meses de idade, que estejam no mínimo cursando o 7º ano. No Brasil, o Inep (órgão do governo responsável pelas avaliações nacionais) é quem aplica as provas.
São selecionados alunos desse perfil de todos os estados. Participaram neste ano 23.141 estudantes de 841 escolas (públicas e particulares). A prova avalia o conhecimento dos alunos em três grandes áreas: ciências, matemática e leitura. A cada três anos, uma dessas áreas ganha um peso maior, ou seja, traz mais questões. Nesta edição, a ênfase foi em ciências. Em 2012, foi em matemática. Em 2018, será em leitura. Neste ano houve outra novidade. As provas trouxeram questões relativas à resolução de trabalho em grupo e conhecimento de finanças. Esses resultados, porém, só serão divulgados em 2017.
São selecionados alunos desse perfil de todos os estados. Participaram neste ano 23.141 estudantes de 841 escolas (públicas e particulares). A prova avalia o conhecimento dos alunos em três grandes áreas: ciências, matemática e leitura. A cada três anos, uma dessas áreas ganha um peso maior, ou seja, traz mais questões. Nesta edição, a ênfase foi em ciências. Em 2012, foi em matemática. Em 2018, será em leitura. Neste ano houve outra novidade. As provas trouxeram questões relativas à resolução de trabalho em grupo e conhecimento de finanças. Esses resultados, porém, só serão divulgados em 2017.
Nas três áreas avaliadas, os estudantes brasileiros tiveram um desempenho comum: acertaram um número maior de questões de múltipla escolha simples sobre conteúdos teóricos. Todos os estudantes demonstraram dificuldade maior em interpretar dados e em explicar como aplicar os conhecimentos teóricos a situações práticas no modelo questões abertas. Na prática, significa que a maior lacuna no aprendizado desses alunos está na capacidade de análise e de estabelecer relações tanto entre fatos do cotidiano e teoria, quanto em enxergar como as diferentes áreas do conhecimento se relacionam.
No Brasil, a situação mais grave foi o desempenho do país em matemática, historicamente, nosso ponto fraco. O Pisa confirma o que o Ideb, índice nacional de qualidade da educação, já mostrou: não sabemos ensinar matemática. Somente 16% dos alunos que saem do 9º ano têm o nível de proficiência adequado na área. No ensino médio, a situação consegue ser pior: apenas 9% dos jovens que terminam o 3º ano dominam o que é considerado basicamente suficiente na área.
O Pisa de 2016, liberado mundialmente hoje, demonstra que, além de não conseguirmos avançar na área, ainda regredimos a um nível pior que o de 2009 (acompanhe quadro), quando tivemos 386 pontos, numa escala de 1.000 pontos. A nota deste ano na área foi de 377 pontos. A média da OCDE em matemática é de 490 pontos. A situação é alarmante.
Em ciências, a principal área avaliada neste ano, a nota ficou um ponto abaixo da última avaliação, de 2012. O país tirou 401 pontos neste ano, quando a média da OCDE ficou em 493. Dezenove estados do país tiveram desempenho abaixo da média do Brasil. Espírito Santo conquistou a nota mais alta, com 38% de acerto. Alagoas foi o pior, com 23,6% de questões corretas, em média.
O desempenho do país nessa área caiu e aproxima-se mais da média de 2006 do que da última avaliação. A nota do país em matemática ficou em 377 pontos, numa escala de 1.000 pontos. Em 2006, eram 370 pontos. Em 2009, a nota foi 386. Confira abaixo mais detalhes sobre os resultados do Pisa.
Em leitura, a nota do país estagnou em 407 pontos, a mesma de 2012. Os estudantes brasileiros demonstraram desenvoltura ao lidar com comunicação pessoal, como mensagens de e-mail, blogs, mensagens instantâneas e textos informativos. O ponto fraco foram as questões que pediam interpretação e integração de informações de diferentes fontes.
Em leitura, a nota do país estagnou em 407 pontos, a mesma de 2012. Os estudantes brasileiros demonstraram desenvoltura ao lidar com comunicação pessoal, como mensagens de e-mail, blogs, mensagens instantâneas e textos informativos. O ponto fraco foram as questões que pediam interpretação e integração de informações de diferentes fontes.
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