sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Geração 'nem-nem' chega a quase 11 milhões de jovens

Quase onze milhões de jovens não estudavam, nem trabalhavam em 2015

No ano passado, os "nem-nem" representavam 22,5% dos jovens de 15 a 29 anos, segundo o IBGE. Já a taxa de jovens e adultos que moram com os pais chegou a 25,3% no mesmo período.

Por Paula Martini
Luiz Gustavo Dias tem 21 anos, terminou o Ensino Médio há quatro, e parou de estudar. Desempregado há pouco tempo, ele não encontrou outra vaga, nem retomou os estudos.
- Eu estava trabalhando há pouco tempo, mas fiquei desempregado. Está um pouco difícil porque tem muita gente desempregada para pouco emprego. 
Luiz pertence a uma parcela da população que cresceu e representou 22,5% dos jovens brasileiros em 2015. São os "nem-nem", pessoas de 15 a 29 anos que não estudam, nem trabalham. No ano passado, eles somavam um contingente de quase onze milhões de brasileiros, segundo o IBGE. A maior fatia dos "nem-nem" ficou na faixa etária de 18 a 24 anos, com 27,4%. Já a proporção desses jovens que estavam empregados caiu entre 2014 e 2015. No ano passado, só 55,1% deles estavam trabalhando. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, José Ronaldo Souza, a alta do desemprego afetou diretamente as pessoas com menos experiência. 
- Como há um excesso de pessoas disponiveis no mercado de trabalho, às vezes é mais fácil para o empregador contratar alguém que já tem alguma experiência. 
Em 2015, a taxa de jovens e adultos de 25 a 34 anos que ainda moram com os pais, a chamada "geração canguru", chegou a 25,3%. A opção de permanecer em casa está mais relacionada à continuidade dos estudos do que ao desemprego. O jornalista Marcelo Stuart, de 25 anos, preferiu continuar morando com a família enquanto cursa uma pós-graduação.
- Eu prefiro morar com meus pais pra investir em mim mesmo, com estudos com cursos, do que pagar um aluguel. 
No ano passado, 35,1% do "cangurus" declararam ter ensino superior incompleto ou nível mais alto de escolaridade. 

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