sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Grande maioria das vagas fechadas em 2015 atingiu jovens de 18 a 29 anos

Brasil perdeu 1,51 milhão de empregos com carteira assinada em 2015, e os principais afetados foram os jovens entre 18 e 29 anos. Do total de vagas fechadas, 1,15 milhão era de trabalhadores nessa faixa de idade.
Essa queda já havia sido registrada em 2014, mas não tão forte. Naquele ano, foram 245,4 mil postos de trabalho a menos entre quem tinha de 18 a 29 anos.
Os dados são do Ministério do Trabalho e foram divulgados nesta sexta-feira (16). Eles fazem parte da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), um registro declarado anualmente por todas as empresas do país.

Aumento de vagas entre os mais velhos

Se os jovens foram as maiores vítimas do desemprego, por outro lado o número de vagas com carteira assinada cresceu, em 2015, entre os profissionais com mais de 50 anos de idade.
Foram 108,8 mil vagas a mais para quem tinha de 50 a 64 anos, e 45,6 mil postos criados para os que tinham 65 anos ou mais.
Porém, mais da metade dos trabalhadores está na faixa entre 30 a 49 anos e, nessa faixa etária, foram 406 mil postos de trabalho a menos em 2015.

Homens perderam mais empregos

O fechamento de vagas com carteira afetou homens e mulheres, mas eles perderam mais. Foram 1,07 milhão de vagas a menos entre os homens em 2015, o que representa uma queda de 3,81% em relação ao ano anterior. Entre as mulheres, foram 438,7 mil vagas a menos, uma queda de 2,05%.
A participação da mulher no mercado de trabalho continua sendo menor que a do homem. Elas representam 43,69% do total de trabalhadores com carteira assinada. Esse número se manteve estável nos últimos anos, segundo o Ministério do Trabalho.

Mulher continua com salário menor

Os dados também indicam que as mulheres continuam com um salário menor do que os homens.
Em 2015, elas ganharam, em média, R$ 2.388,98, contra R$ 2.863,55 dos homens.
Ambos, porém, tiveram queda no salário médio no ano.

O Brasil perdeu 1,51 milhão de empregos com carteira assinada em 2015, segundo dados do Ministério do Trabalho. É o pior resultado em 31 anos, desde 1985, quando o levantamento começou a ser feito. É, ainda, a primeira vez em 24 anos que o país registra corte de vagas com carteira assinada. Em 1992, haviam sido fechados 738 mil postos de trabalho.
Com isso, o Brasil terminou 2015 com um total de 48,061 milhões de empregos com carteira assinada --abaixo de 2014 e de 2013. 
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16) pelo ministério e fazem parte da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), um registro declarado anualmente por todas as empresas do país.

Sudeste perdeu mais vagas

Todas as regiões do país tiveram queda no número de vagas de trabalho com carteira em 2015, sendo que a maior perda foi no Sudeste.
  • Sudeste: -900,3 mil
  • Nordeste: -233,6 mil
  • Sul: -217,2 mil
  • Centro-Oeste: -82,7 mil
  • Norte: -76,9 mil
Apenas três Estados tiveram aumento no número de trabalhadores com carteira assinada: Piauí (+3.000 postos), Acre (+2.800 postos) e Roraima (+2.200 postos).

Apenas agricultura abriu vagas

Dos oito setores de atividade econômica registrados na Rais, apenas agricultura teve aumento no número de trabalhadores com carteira (+20,9 mil postos) em 2015.  
Os setores que tiveram as maiores quedas foram:
  • Indústria de transformação (-604,1 mil)
  • Construção civil (-393 mil)
  • Comércio (-195,5 mil)

Rendimento cai 2,56%

O rendimento real (ajustado pela inflação) do trabalhador brasileiro, em média, caiu de R$ 2.725,28, em 2014, para R$ 2.655,60, em 2015. Isso representa uma queda de 2,56% no rendimento.
Em 2015, o Centro-Oeste registrou o maior rendimento (R$ 3.161,17), enquanto o Nordeste teve o menor (R$ 2.103,08). A renda do trabalhador, porém, caiu em todas as regiões do país:
  • Nordeste: -2,98%
  • Sudeste: -2,87%
  • Norte: -2,65%
  • Sul: -1,82%
  • Centro-Oeste: -1,26%
Entre os Estados e o Distrito Federal, apenas dois tiveram ganho real no ano passado: DF (+1,42%) e Amapá (+2,64%). As maiores perdas foram registradas em Sergipe (-6,95%), Acre (-5,13%) e Alagoas (-4,67%). 

Outra pesquisa

O ministério também divulga regularmente dados de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A pesquisa Rais, porém, é mais ampla, porque leva em conta mais categorias de trabalho, inclusive servidores públicos. Já o Caged calcula apenas o número de trabalhadores de empresas privadas.
O Caged com números de 2015 foi divulgado no início deste ano e mostrou que o Brasil perdeu 1,54 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada no ano passado, no pior resultado desde o início da pesquisa, em 1992.

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