Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo
A presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini, disse que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pode sofrer alterações a partir de 2017 --ela garante que a edição de 2016, que acontece nos dias 5 e 6 de novembro, será como nos modelos anteriores. O Inep é uma autarquia vinculada ao MEC (Ministério da Educação).
O comentário foi feito no começo da tarde desta quinta (8) durante a coletiva de imprensa para a divulgação dos dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Os dados do ensino médio continuam ruins e não melhoram desde 2011 -- o Ideb 2015 do ensino médio foi de 3,7, numa escala que vai de 0 a 10.
Juntamente com o ministro da Educação, Mendonça Filho, ela abordou a necessidade de mudança do currículo dessa etapa. A flexibilização das disciplinas (em que o aluno poderia escolher as matérias) é uma das propostas que estão em discussão, além da Base Nacional Comum Curricular (que estabeleceria conteúdos mínimos de aprendizagem).
A mudança no Enem seria uma consequência do processo.
"Seguramente, certos assuntos da nova base curricular [retirados ou acrescentados], terão impacto, influência nas questões da prova", disse Fini. "O exame [Enem] não pode continuar sendo com essa envergadura, continuar sendo como um exame de qualificação no ensino superior. É tirar pessoas do jogo."
Ela reforçou que não haverá nenhum tipo de mudanças no Enem 2016. "Continua exatamente como estava desenhado antes de a gente chegar."
Ensino médio
O Ideb 2015 do ensino médio ficou em 3,7 --numa escala que vai de 0 a 10. A média esperada para a etapa do ensino era de 4,3.
Considerado um dos principais gargalos do Brasil, o ensino médio mantém o índice de 3,7 desde a edição de 2011.
O que é o Ideb?
Criado em 2007, o Ideb é o índice que avalia a qualidade dos ensinos fundamentais e médio em escolas públicas e privadas. A "nota" do ensino básico varia numa escala de 0 a 10. Conforme meta do MEC, o Brasil precisa alcançar até 2021 a média 6 nos anos iniciais do ensino fundamental.
O indicador é divulgado a cada dois anos e é calculado com base nos dados do Censo Escolar (com informações enviadas pelas escolas e redes), e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), como a Prova Brasil.
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